A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES-MA) informou nesta sexta-feira (10) que, até o momento, não há registros de casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado. O comunicado foi emitido após a transferência de um paciente do município de Monção para o Hospital Carlos Macieira, em São Luís.
Segundo a SES, o paciente está sendo avaliado por uma equipe médica e, até agora, o quadro clínico não indica intoxicação por metanol, embora a causa dos sintomas ainda esteja em investigação. O paciente será submetido a exames complementares e continuará sob acompanhamento especializado.
Enquanto o Maranhão não apresenta notificações relacionadas ao caso, outros estados brasileiros enfrentam uma situação preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, já foram confirmados 24 casos de intoxicação por metanol no país, com ocorrências concentradas no Ceará, Pernambuco e São Paulo.
A maioria dos pacientes afetados apresentou sintomas graves, como comprometimento visual, vômitos, dores abdominais e dificuldades respiratórias, e alguns casos evoluíram para óbito. As autoridades federais suspeitam que a contaminação esteja ligada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, produzidas e comercializadas de forma clandestina.
O metanol é uma substância de uso industrial, altamente tóxica ao organismo humano. A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode provocar cegueira, danos neurológicos irreversíveis e morte.
Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiram alertas à população, recomendando que se evite o consumo de bebidas de procedência duvidosa. Também orientam que casos suspeitos sejam imediatamente encaminhados para atendimento médico e que estabelecimentos suspeitos sejam denunciados às autoridades.
Como parte da resposta ao aumento dos casos, foram divulgadas orientações específicas para profissionais de saúde, em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). As recomendações incluem o reconhecimento precoce dos sintomas, a administração rápida de antídotos como etanol ou fomepizol, além do encaminhamento dos pacientes em estado grave para unidades de terapia intensiva (UTIs). A notificação dos casos também deve ser feita sem demora.
CNB